a)
e de tua pele me farei corpo e do meu corpo espanto e espasmos…
serei palavras monossilabicamente gritadas aos horrores, como no tormento de uma dor imune… serei líquido quando serei homem.
teu corpo é uma duna sobre o meu plano firme…
desfolharei tuas ondas, desnudando-te, como um artesão com o seu barro.
pois se sou as mãos, retiro o que te cobre e te porei nua frente ao mar.
como o vento, cobrirei tuas curvas e finalizarei o barro que te cria… eu te movo com a lentidão da carne e te promovo uivos de assombração;
te faço carne e, como carne, como-te,
como os romanos em suas noites de ceia e festa:
como-te, como se comem as mangas da várzea do Apodi.