terça-feira, 13 de abril de 2010

Pe. Teodoro fala com exclusividade ao Marmota sobre sua saída de Apodi

Foto da Internet

Os rumores que tomaram de conta dos quatro cantos de Apodi, que aflige não somente a comunidade Católica, certamente tem acarretado muitos questionamentos e muitas confusões na mente daqueles que apreciam o significante trabalho do Pároco Theodoro Snijders, sacerdote do Sagrado Coração de Jesus – sjc, que segundo comentários deixará seu trabalho pastoral na Matriz Nossa Senhora da Conceição e São João Batista aqui em Apodi e retornará ao berço de sua família natal, na Holanda.

O Blog Marmota Apodiense, a fim de levar a verdade com credibilidade aos nossos Marmonautas, conseguiu com muita exclusividade um pequeno momento de conversa com o padre, no ultimo dia 04 de abril, onde ele revelou momentos importantes de sua trajetória como padre na Paróquia de Apodi, e falou sobre sua partida.
A primeira pergunta claro, não poderia ser outra se não: São verdadeiros os boatos de que o senhor deixará Apodi e voltará definitivamente à Holanda?

Pe. Theodoro: (riu...), não respondeu, apenas meneou a cabeça, fazendo um sinal positivo.

Marmota Apodiense: O que levou o senhor a tomar uma decisão dessas, pois, já ouvi de sua boca por varias vezes que seu desejo era ser enterrado em Apodi? Porque mudou de idéia?

Pe. Theodoro: A decisão foi muito bem pensada, quero voltar a passar algum tempo próximo aos meus familiares, só tenho mais quatro parentes vivos, só nesse ano perdi três parentes de uma só vez, em janeiro.

Já estou com mais de oitenta anos de idade, não tenho mais condições de atender a paróquia de Apodi, ela é muito grande, são 32 capelas com missas mensais, e mais a Igreja Matriz que são dois Padroeiros. São diariamente mais de 03 missas, aos domingos eu costumo celebrar 05 missas. Se eu tivesse 20 anos a menos, certamente essa não seria minha decisão.

Marmota Apodiense: então o senhor irá se aposentar?

Pe. Theodoro: eu já estou aposentado há quase dez anos, (riu e continuou...), estou dentro dos meus limites, mais não pretendo deixar o trabalho pastoral. Lá na Holanda, continuarei minha missão sacerdotal, cuidarei de uma capela que fica há uns dez quilômetros de minha casa, ajudarei a outro padre, e ficarei junto aos meus irmãos.

Marmota Apodiense: quanto tempo de trabalho religioso o senhor tem em Apodi, e o que tens feito?

Pe. Theodoro: tenho 50 anos de padre, desses 27 anos só em Apodi.

Marmota Apodiense: qual trabalho deixará plantado em Apodi?

Pe. Theodoro: construímos com recursos próprios e doações de amigos holandeses, 17 centros comunitários, 32 capelas, formamos mais de 60 grupos de jovens, o que significa que Apodi tem mais grupo de jovens do que o restante de toda Diocese. Estamos ainda tentando construir mais dois, e mais uma capela. Formamos e ajudamos muitas Associações de Agricultores, e entre outros trabalhos, não gosto de falar sobre isso.

Marmota Apodiense: O senhor já tem titulo de cidadão Apodiense?

Pe. Teodoro: Sim. Recebi o titulo também de Felipe Guerra e o titulo de Norte Rio Grandense.

Marmota Apodiense: e se a Diocese colocasse outro padre para ajudá-lo, o senhor ficaria em Apodi?

Pe. Theodoro: já estou de passagens compradas, mas não sei, posso pensar. Mais acho que não, certamente eu ficaria preso a Matriz e deixaria a Zona Rural onde firmei meu trabalho pastoral, não me sentiria bem.

Marmota Apodiense: e quando será a partida?

Pe. Theodoro: no dia 29 de junho espero. No dia 27 comemoro os 50 anos de sacerdote e os 27 anos de padre em Apodi, vamos fazer uma confraternização, e no dia 29 eu viajarei.

Marmota Apodiense: e qual a mensagem aos apodienses?

Pe. Theodoro: (silêncio...), só no dia 27 eu direi.



Terminamos nossa conversa relembrando as dificuldades e as saborosas aventuras de quando fundamos o grupo de Jovens de Queimadas, lembramos o inicio da construção do centro Comunitário, a energia da comunidade que se não fosse o padre até hoje Queimadas e as demais comunidades circunvizinhas não teriam energia nas casas, e entre outras.

É 27 anos de muito trabalho prestado ao município, a todos os crédulos religiosos, e a juventude em especial.

Palavras não serão capazes de dar significado a este simples homem, que sobre sua simplicidade conseguiu cativar uma juventude esquecida, dar oportunidades aos excluídos.

Só temos a agradecer.



Por Jerlandio Moreira

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