[...] No Bar Ar Livre, na Rua Felipe Camarão, em frente ao aeroporto Dix-sept Rosado, os irmãos Diego Orleandro da Cruz, 26 anos, e Denis Steffson da Cruz, 30 anos, estavam sentados quando o agrônomo e integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Edvan Pinto chegou e disse que queria falar com Diego.
De acordo com testemunhas, Edvan sacou uma arma e apontou para Diego, que saiu correndo em direção ao Centro Administrativo da Prefeitura Municipal. Na frente do Bar Sol Nascente, Diego foi alvejado com um tiro no peito e caiu. Testemunhas disseram que o irmão dele, Denys Steffson, correu e conseguiu tomar a arma de Edvan Pinto e disparar um tiro na cabeça do agrônomo, que caiu. O agrônomo ainda foi levado para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.Mesmo negando ser o autor do tiro que matou Edivan Pinto, Denys Steffson foi detido por policiais militares e submetido a exame de residuograma de chumbo. O resultado do exame sai em 30 dias, mas Denys deve continuar detido. Ele alega que quem disparou o tiro foi seu irmão antes de morrer.
A mãe de Diego e Denys, dona do Bar Ar Livre, disse que no domingo, 17, Edivan Pinto esteve no estabelecimento e na hora de pagar a conta se envolveu em uma discussão com seu filho Diego. Ela acredita que a atitude de o agrônomo ter voltado ao local para matar o rapaz esteja relacionada com esse fato.
Integrantes de movimentos sociais de Mossoró receberam a notícia da morte do membro da CPT com surpresa. "Ele era uma pessoa calma e tranquila. Não passa pela minha cabeça que morreu desse jeito", comentou o sindicalista e amigo da vítima Valmir Alves.
Quase 50 mortos em cinco mesesCom os assassinatos registrados até o fim da tarde de ontem, o número de homicídios em Mossoró chegou a 49, uma média de quase dez crimes desse tipo por mês.
A maioria deles foi através de armas de fogo e, geralmente, praticada por homens usando motos e capacetes. A medida dos bandidos busca dificultar a identificação dos assassinos por parte de testemunhas. Mesmo nos casos em que os atiradores agem de "cara limpa", o medo de represálias faz que testemunhas deixem de dar informações à polícia.
Os setores policiais reconhecem o avanço da violência na cidade, mas apontam que a falta de efetivo policial - tanto na Polícia Militar como na Civil - e a falta de estrutura das delegacias têm prejudicado o andamento das investigações e conclusão dos inquéritos policiais que apuram os casos.
‘Fui defender o meu irmão’, diz suspeito
Preso por policiais militares minutos depois de ver o irmão ser assassinado com um tiro no peito, o autônomo Denys Steffson da Cruz foi apontado como o homem que atirou e matou o agrônomo Edivan Pinto como vingança, mas na delegacia passou a negar o crime.
Ele disse que quando percebeu que o irmão estava sendo perseguido por um homem armado, correu em direção aos dois para ajudar o irmão. "Quando cheguei perto meu irmão já tinha levado o tiro, mas conseguiu tomar a arma do outro e atirou nele. Quando ele (Edivan) estava no chão eu dei uns chutes na cabeça dele, mas não dei tiro nenhum. Não vou dizer uma coisa que eu não fiz", comentou.
O caso vai ser investigado pelo delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil, Rubério Pinto.
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