sexta-feira, 18 de março de 2011

O Pessoal de Ludmila

A atriz Ludimila, do Pessoal do Tarará 
“... quando falta um artista no céu, Jesus manda buscar em Mossoró.”
 
(Antônio Francisco)
 
 
Nós, que formamos o Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará, queremos agradecer o grande apoio que recebemos durante estes primeiros trinta dias em que vivemos distantes de nossa integrante tão querida, a atriz e produtora Ludmila Albuquerque. Nunca passamos por uma dor tão grande e cruel, como nestes primeiros trinta dias desta vida, agora tão ‘diferente’.
 
Estamos aprendendo a ser mais artistas, e mais seres humanos. Não há como passar por tamanha perda e sairmos ilesos. O tempo inteiro estamos nos procurando, um ao outro, talvez como forma de termos Ludmila por perto. Estar próximo de cada um integrante deste grupo, tão sonhado e construído por todos e por ela, é a maneira de somarmos a Ludmila que temos dentro de cada um para podermos prosseguir.
 
Não é fácil! É muito difícil! Que duro! Que ardor! Que dor! Mas queremos assegurar às nossas famílias, aos nossos amigos, aos nossos fãs, que não tenham dúvidas que continuaremos o nosso trabalho, e de forma ainda mais apaixonada e vibrante. Por Ludmila, pelas nossas vidas, como forma de sobrevivência, de estar no mundo, O Pessoal do Tarará vai continuar fazendo o seu trabalho, com muita responsabilidade e buscando sempre muita qualidade, como sempre foi.
 
É preciso prosseguir, amigos! Não se preocupem que ficaremos bem, como Ludmila deve estar, e como todos nós devemos ficar. A saudade é grande, mas a necessidade de andar é vital (“Navegar é preciso...”). Já estamos trabalhando em novos projetos, como a própria Ludmila queria. Hoje sabemos que temos muitas fragilidades, Ludmila nos mostrou isso. Quem não as tem? Ao mesmo tempo, estamos brincando de ser fortes, como no teatro, onde acreditamos com todas as nossas forças que somos alguma coisa, ou alguém, e aí passamos a ser. Ludmila também está nos mostrando isso, e parece até que já esteve com Shakespeare. Ser forte e ser frágil é humano, e Shakespeare, nosso grande mestre, já nos disse inúmeras vezes isso.
 
Está difícil seguir tendo Ludmila, agora, em uma outra função. Ela era muito para nós: mãe para uns, amiga para todos, esposa para um, produtora para o grupo, atriz para o Brasil, cidadã para o mundo. Hoje, uma estrela para os céus.
 
Queremos dizer também, que foi e está sendo importante a generosidade das pessoas para conosco, e é a isso que nos agarramos o tempo inteiro, como elemento motivador. Ludmila partiu para um plano maior, mas mandou muita gente para nos confortar. Toda vez que uma pessoa vem mostrar um pouco do carinho que tem pelo nosso trabalho nos incentivando a prosseguir, temos a sensação de estarmos recebendo um carinho, um afago, uma mão no rosto, um aperto de mão, um beijo, de nossa querida Ludmila. Muito obrigado, a todos, pelos incentivos.
 
Ah, Ludmila! Se soubesses a falta que faz não inventaria nunca de brincar de esconde-esconde. Mas fique tranquila! Fique em paz, aí, fazendo teatro com Shakespeare, com Molière, com Edmond Rostand, com Railson da Escarcéu, com Cícero Dias, com seu tio Edson Guimarães, ao lado de sua tia heroína Anatália de Melo, e cantando com Eliseu Ventania. Mas sempre que estiver de folga dos ensaios e das apresentações veja um pouquinho o que a gente tá fazendo, e nos ensine uma coisinha nova que aprendeu por aí. Faça isso, viu?
 
Não podíamos ficar calados por muito tempo, pois recebemos, a todo instante, muito carinho, de pessoas de várias partes deste nosso amado Brasil. Nossa responsabilidade hoje é com o país. Sabemos de nossa importância, do que vale o nosso grupo nestes dias em que vivemos em muito tão louco, e onde as pessoas precisam, cada vez mais, de uma palavra carinhosa, de um afago no coração.
 
Mas nunca foi tão difícil escrever algo! Nunca foi tão difícil digitar algumas letras. Desculpem ainda estarmos nas cinzas, mas em breve seremos fênix, seremos um pássaro lindo a voar os céus em busca de liberdade, mais uma vez.
Até breve!
O Pessoal do Tarará
Eu vi no Blog de Erivan Morais

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