quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ouça, por favor

Quando peço para você me ouvir e você começa a me dar conselhos, não está fazendo o que eu pedi.  Quando peço para você me ouvir e você começa a me dizer por que eu não deveria me sentir assim, está ferindo meus sentimentos.

Quando peço para você me ouvir e você acha que precisa fazer alguma coisa para resolver o meu problema, você não me ajudou, por mais estranho que pareça.

Não fale  nem faça - apenas ouça.

Conselhos são baratos. Com pouco dinheiro, você compra uma revista, um jornal ou um livro cheios de conselhos. E isso eu posso fazer por conta própria. Não sou incapaz.

Talvez me desanime e hesite com freqüência, mas não sou incapaz.  Quando você faz por mim alguma coisa que eu posso e preciso fazer por conta própria, você contribui para o meu medo e a minha insegurança.

Mas, quando você  aceita como um fato natural que eu sinta o que sinto, por mais irracional que seja, aí eu não preciso me preocupar em convencer você e posso entender o que está por trás desse sentimento irracional.

E, quando isso estiver claro, as respostas serão óbvias e não precisarei de conselhos.  Sentimentos irracionais fazem sentido quando entendemos o que está por trás deles.

Talvez seja por isso que rezar funciona às vezes para algumas pessoas - porque Deus é mudo e não dá conselhos, nem tenta consertar as coisas. Deus apenas ouve e deixa você descobrir as coisas por conta própria.

Então, por favor, apenas ouça, apenas ouça.

E se quiser falar, espere um pouco a sua vez
- e eu ouvirei você. 
    
Do livro “Histórias para aquecer o coração
dos adolescentes”

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