Com o problema, a velha lamparina ainda é usada pra iluminar as noites.
No mundo do progresso que se move graças a energia, Dona Damiana vive na contra-mão. Ela cresceu, casou-se e criou toda a família sem contar com a eletricidade.
- O sofrimento é grande, de todos nós. Criar nove filhos como eu criei no sofrimento, tudo na escuridão – conta a dona de casa, Damiana Morais.
A aposentada, que diariamente observa esperançosa os postes a menos de 500 metros de casa, vive no sítio Cipó 2, zona rural de Apodi. Na localidade são oito famílias que esperam pela luz elétrica e mais do isso, que esperam pela dignidade que só a energia pode trazer.
- Quando chega a chuva pesada, eu sou com a lamparina bota ali no quarto da cama escuro. Aí chega o inverno, chuva com vento pesado. Aí so o que se ilumina por causa do relâmpago quando chega. Ai a gente começa a chora e rezar pedindo com o terço para aquela chuva parar – diz dona Damiana Morais.
Os buracos abertos no Sítio indicam que os postes com a tão aguardada luz podem estar chegando. Mas tudo não passa de indícios. Este buraco, por exemplo, foi cavado há cerca de um mês e até agora nada. Virou motivo de preocupação.
- Isso aqui é muito perigosos para todos nós que trafegamos por aqui. Inclusive com os animais que todos os dias passam aqui, são solto do lado de fora. É muito perigoso - afirma Aldezir Morais,morador.
Quando o dia vai embora, ela aparece. A velha lamparina vira o único ponto de luz no sítio. É por meio dela que Aldezir toca no teclado. O som que é emitido não é o que se espera para um instrumento musical. Mas quando não se tem eletricidade, o jeito é imaginar.
- É muito triste porque eu ainda não sou muito técnico em tocar, e eu estou precisando da luz para aprender. Porque as casas dos outros ali fora não vai dar todos os dias a luz, para estar treinando. Assim para tocar tem que treinar todos os dias - revela Aldezir Morais.
Não dá para medir o grau de frustração e revolta para quem passa a vida toda, esperando por luzes que brilham toda noite lá no horizonte. O sentimento é de exclusão. Sem eletricidade falta desenvolvimento e sobra angústia. Principalmente em ver que o tempo das trevas ainda não teve fim.
- Durante 65 anos, a luz minha é a lamparina mesmo. Energia nunca. Pode até chegar luz mas eu não tenho fé – lembrao agricultor, Albecir.
No sítio, o isolamento só não é maior porque os moradores se viram com TVs e rádios a pilha. Entre os equipamentos tem até celulares que aqui funcionam muito bem com sinal de várias operadoras. Os aparelhos são recarregados nas comunidades vizinhas, como na casa de Aldeneide.
- Na minha casa tem energia, mas na casa da minha mãe não tem. Meus irmãos, minha mãe todos levam o celular para carregar na minha casa - explica a dona de casa, Aldeneide Morais.
Boa vontade misturada com sofrimento, uma combinação que todos esperam o mais rápido possível que se apague de vez. .
Nota
- O sofrimento é grande, de todos nós. Criar nove filhos como eu criei no sofrimento, tudo na escuridão – conta a dona de casa, Damiana Morais.
A aposentada, que diariamente observa esperançosa os postes a menos de 500 metros de casa, vive no sítio Cipó 2, zona rural de Apodi. Na localidade são oito famílias que esperam pela luz elétrica e mais do isso, que esperam pela dignidade que só a energia pode trazer.
- Quando chega a chuva pesada, eu sou com a lamparina bota ali no quarto da cama escuro. Aí chega o inverno, chuva com vento pesado. Aí so o que se ilumina por causa do relâmpago quando chega. Ai a gente começa a chora e rezar pedindo com o terço para aquela chuva parar – diz dona Damiana Morais.
Os buracos abertos no Sítio indicam que os postes com a tão aguardada luz podem estar chegando. Mas tudo não passa de indícios. Este buraco, por exemplo, foi cavado há cerca de um mês e até agora nada. Virou motivo de preocupação.
- Isso aqui é muito perigosos para todos nós que trafegamos por aqui. Inclusive com os animais que todos os dias passam aqui, são solto do lado de fora. É muito perigoso - afirma Aldezir Morais,morador.
Quando o dia vai embora, ela aparece. A velha lamparina vira o único ponto de luz no sítio. É por meio dela que Aldezir toca no teclado. O som que é emitido não é o que se espera para um instrumento musical. Mas quando não se tem eletricidade, o jeito é imaginar.
- É muito triste porque eu ainda não sou muito técnico em tocar, e eu estou precisando da luz para aprender. Porque as casas dos outros ali fora não vai dar todos os dias a luz, para estar treinando. Assim para tocar tem que treinar todos os dias - revela Aldezir Morais.
Não dá para medir o grau de frustração e revolta para quem passa a vida toda, esperando por luzes que brilham toda noite lá no horizonte. O sentimento é de exclusão. Sem eletricidade falta desenvolvimento e sobra angústia. Principalmente em ver que o tempo das trevas ainda não teve fim.
- Durante 65 anos, a luz minha é a lamparina mesmo. Energia nunca. Pode até chegar luz mas eu não tenho fé – lembrao agricultor, Albecir.
No sítio, o isolamento só não é maior porque os moradores se viram com TVs e rádios a pilha. Entre os equipamentos tem até celulares que aqui funcionam muito bem com sinal de várias operadoras. Os aparelhos são recarregados nas comunidades vizinhas, como na casa de Aldeneide.
- Na minha casa tem energia, mas na casa da minha mãe não tem. Meus irmãos, minha mãe todos levam o celular para carregar na minha casa - explica a dona de casa, Aldeneide Morais.
Boa vontade misturada com sofrimento, uma combinação que todos esperam o mais rápido possível que se apague de vez. .
Nota
De acordo com a assessoria de comunicação da Cosern, a empresa desconhece o problema, mas garantiu que será enviado um técnico ao local,para saber qual o motivo da energia ainda não ter sido instalada na comunidade.
Fonte: http://intertvonline.globo.com/rn/noticias.php?id=7470
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