* Por Ramon Alves
Durante três dias, centenas de estudantes brasileiros participaram, em Natal, do Encontro Nacional de Escolas Técnicas da UBES, na unidade sede do Instituto Federal de Educação Tecnológica no RN. Vivenciaram importantes discussões sobre educação técnica e tecnológica e o papel que essa tem no fortalecimento do Brasil e do nosso povo.
Claramente, os rumos das escolas profissionalizantes estão inseridas, hoje, em um outro patamar. Em nenhum momento, principalmente nas últimas duas décadas, deixou de ocupar espaço relevante nas políticas educacionais de Estado. Seja pela redução da qualidade e do investimento ou então pela sua valorização como integrante do processo de desenvolvimento do país, essas instituições denotam o grau de prioridade que é dada pelos governos à nossa inserção no processo de evolução da tecnologia e da qualificação profissional.
Hoje, os fóruns estudantis adotam uma nova postura, ativa e propositiva, diferente de anos anteriores em que a pauta era de reação às políticas implementadas pelo MEC. Durante o Encontro, pudemos debater sobre a qualidade da expansão dos Institutos Federais de Educação Tecnológica, o grau de vinculação que possuem com o desenvolvimento de cada região onde estão inseridas, a autonomia e contribuição do movimento estudantil, inclusive como integrante dos conselhos e demais espaços consultivos e de deliberação, além da questão do financiamento, dentre outros. Tudo isso imbricado com bandeiras reivindicatórias que possibilitem reforçar o grau de impulso que essas instituições dão ao país.
Não faz pouco tempo, menos de uma década, e éramos bombardeados por uma gestão autoritária no governo federal, que forçava a implementação das medidas que desconstruíram a qualidade das escolas técnicas no Brasil, condicionando a liberação dos recursos e sufocando a democracia nas instituições. Foi um período em que a qualidade da formação técnica caiu acentuadamente, mas cuja reação da rede do movimento estudantil, e os avanços alcançados nos últimos anos, demonstram o acerto da nossa posição, identificada, principalmente, com a temática “queremos mais do que apertar parafusos”.
Embora seja evidente que as mudanças proporcionadas no período de 1994 a 2002 tenham rebaixado a formação profissional, não é surpreendente quando situadas a partir das políticas de Estado do período. Era comum nos noticiários a grande procura, principalmente de jovens, por empregos que muitas vezes estavam desvinculados de sua formação acadêmica. O Brasil não conseguiu criar novos postos de trabalho, cujo tema foi preponderante nas eleições presidenciais de 1998. Com as minguadas oportunidades profissionais – tal como a sua baixa qualidade -, as escolas técnicas passaram a ser cada vez menos centrais no Brasil.
As possibilidades abertas com a criação e a interiorização dos IFETs permitirão uma importante alteração do nível de aproveitamento das demandas regionais de cada Estado. Além de se constituírem importantes pólos para formação de professores, há uma grande margem para agregar ainda mais valor ao conhecimento das diversidades e dos potenciais de cada cidade, estimulando a economia e gerando emprego de maior valor remuneratório e capacidade técnica.
Há ainda um bom potencial para ampliação e fortalecimento desse processo, que não é autônomo – é produto de uma política explícita de Estado. O movimento estudantil tem ainda muito papel a jogar, por meio das entidades, de modo a reivindicar a expansão com qualidade, fortalecimento da democracia nos IFETs, além de pautar as políticas de assistência e democratização do acesso. Se depender dos estudantes presentes ao 12º Encontro Nacional de Escolas Técnicas da UBES, ainda teremos muito o que comemorar.
Hoje, os fóruns estudantis adotam uma nova postura, ativa e propositiva, diferente de anos anteriores em que a pauta era de reação às políticas implementadas pelo MEC. Durante o Encontro, pudemos debater sobre a qualidade da expansão dos Institutos Federais de Educação Tecnológica, o grau de vinculação que possuem com o desenvolvimento de cada região onde estão inseridas, a autonomia e contribuição do movimento estudantil, inclusive como integrante dos conselhos e demais espaços consultivos e de deliberação, além da questão do financiamento, dentre outros. Tudo isso imbricado com bandeiras reivindicatórias que possibilitem reforçar o grau de impulso que essas instituições dão ao país.
Não faz pouco tempo, menos de uma década, e éramos bombardeados por uma gestão autoritária no governo federal, que forçava a implementação das medidas que desconstruíram a qualidade das escolas técnicas no Brasil, condicionando a liberação dos recursos e sufocando a democracia nas instituições. Foi um período em que a qualidade da formação técnica caiu acentuadamente, mas cuja reação da rede do movimento estudantil, e os avanços alcançados nos últimos anos, demonstram o acerto da nossa posição, identificada, principalmente, com a temática “queremos mais do que apertar parafusos”.
Embora seja evidente que as mudanças proporcionadas no período de 1994 a 2002 tenham rebaixado a formação profissional, não é surpreendente quando situadas a partir das políticas de Estado do período. Era comum nos noticiários a grande procura, principalmente de jovens, por empregos que muitas vezes estavam desvinculados de sua formação acadêmica. O Brasil não conseguiu criar novos postos de trabalho, cujo tema foi preponderante nas eleições presidenciais de 1998. Com as minguadas oportunidades profissionais – tal como a sua baixa qualidade -, as escolas técnicas passaram a ser cada vez menos centrais no Brasil.
As possibilidades abertas com a criação e a interiorização dos IFETs permitirão uma importante alteração do nível de aproveitamento das demandas regionais de cada Estado. Além de se constituírem importantes pólos para formação de professores, há uma grande margem para agregar ainda mais valor ao conhecimento das diversidades e dos potenciais de cada cidade, estimulando a economia e gerando emprego de maior valor remuneratório e capacidade técnica.
Há ainda um bom potencial para ampliação e fortalecimento desse processo, que não é autônomo – é produto de uma política explícita de Estado. O movimento estudantil tem ainda muito papel a jogar, por meio das entidades, de modo a reivindicar a expansão com qualidade, fortalecimento da democracia nos IFETs, além de pautar as políticas de assistência e democratização do acesso. Se depender dos estudantes presentes ao 12º Encontro Nacional de Escolas Técnicas da UBES, ainda teremos muito o que comemorar.
* Servidor público e Diretor de Organização e Finanças da UJS/RN.
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