quarta-feira, 3 de março de 2010

Cliente chamada de 'loirinha peituda' quer usar indenização em nova prótese

Notícia mais lida no portal da Rede Globo (G1)
A vendedora que ganhou uma indenização de R$ 1,5 mil por ter sido chamada de “loirinha peituda” por funcionários de uma lanchonete de um shopping da Zona Norte do Rio lamentou que o dinheiro ganho por decisão da justiça não seja suficiente para cobrir os gastos com uma nova prótese de silicone. Só dá para a entrada, ela calcula.

Na época, há três anos, Andréia Rodrigues de Souza tinha implantes de 200 ml, mas já fez outro, trocando por 300 ml, que, agora, pretende mudar para próteses de 400 ml.

“Acho que deveria ter recebido até mais de indenização porque fiquei muito constrangida com toda a situação. Agora já tenho planos do que fazer com o dinheiro. Vou dar entrada para colocar uma nova prótese de silicone”, planeja.

Andréia tem 37 anos, um filho de 16 anos e namorado. Quando houve o incidente na lanchonete, ela namorava um lutador e pediu que ele não se envolvesse no caso.  
 
A decisão do TJ-RJ

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) condenou a rede de lanchonetes a Bibi Sucos a pagar R$ 1,5 mil de indenização a Andréia, chamada de “loirinha peituda” numa comanda interna. O caso aconteceu numa filial da Zona Norte, e a empresa pode recorrer.

A autora contou no processo que ficou sem entender porque funcionários da Bibi Sucos riam dela e conseguiu provar que sofreu constrangimento através de uma comanda interna da loja, onde estava escrito: “loirinha peituda”.

“Tratou-se, evidentemente, de situação em que a autora da ação foi desrespeitada e exposta a gracejo indesejável, que extravasou a seara do mero aborrecimento”, escreveu em sua decisão a desembargadora Vera Maria Van Hombeeck, da 1ª Câmara Cível do TJ-RJ. 

Ela continuou cliente, diz sócio da lanchonete 
Ouvido pelo G1, um dos sócios da Bibi Sucos, que preferiu se identificar apenas como André, disse que, após o episódio, a cliente continuou frequentando a lanchonete e que, aparentemente, não parecia estar constrangida.

O advogado da autora da ação, Wanderson Pinto de Mesquita, confirmou que ela frequentava o local com assiduidade por trabalhar como vendedora numa das lojas do shopping onde fica a lanchonete.

“Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ela frequentava porque gostava da lanchonete. Agora, não é aceitável que um estabelecimento faça chacota com os clientes por causa das características físicas. Imagine, então, como seria o tratamento dispensado a uma pessoa que usa óculos, a um obeso ou ainda a quem sofre de calvície”, ponderou o advogado
 
 
Fonte: g1.globo.com

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