segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Comunidade de Bamburral faz debate sobre Lixo Hospitalar.



















A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos resíduos, marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas das condições mínimas de subsistência.

A unificação dos habitantes da Terra pela globalização dos efeitos no meio ambiente e a constatação tecnocientífica da possibilidade de responsabilizar-se pelo fim da humanidade, colocam o homem moderno frente à questão central da vida.


Embora existam evidências de uma tomada de consciência dos problemas ambientais, os movimentos mundiais de proteção da natureza e do meio ambiente têm uma atuação descoordenada e confusa e sofrem a interferência do sistema político-econômico-capitalista dominante, cuja hegemonia extrapola os limites do mundo ocidental e começa a alcançar o mundo todo.

LIXO HOSPITALAR

Vamos fazer um recorte no universo dos resíduos, para abonos a questão dos resíduos hospitalares.

São os resíduos produzidos em unidades de saúde, constituídos de lixo comum (papel, restos de jardim, restos de comida de refeitórios e cozinhas etc), resíduos infectantes ou de risco biológico (sangue, gaze, curativos, agulhas etc) e resíduos especiais (químicos, farmacêuticos e radioativos).

Há, no Brasil, mais de 30 mil unidades de saúde, produzindo resíduos e, na maioria das cidades, a questão da destinação final dos resíduos urbanos não está resolvida. Predominam os vazadouros a céu aberto.

Da mesma forma que para os resíduos sólidos em geral, as propostas de gerenciamento para os resíduos hospitalares tem-se fundamentado em padrões do Primeiro Mundo. A questão central que se coloca é sobre a periculosidade ou não dos resíduos hospitalares. Embora esta seja uma questão não-resolvida, os países desenvolvidos adotam uma política cautelosa e consideram tais resíduos como resíduos que exigem tratamento especial (perigosos, patogênicos, patológicos, entre outras denominações).

A recomendação de incineração dos resíduos, ou de parte deles, é uma constante.

Aqui no município de Apodi, essa problemática vem afligindo uma comunidade, que há mais de um ano vem buscando alternativas para esse problema, que envolve não só a saúde ambiental, mais também a humana.

A comunidade de Bamburral, distante 20 km da cidade, funciona semanal o Programa Saúde Da Família [PSF], que atende o pólo, que abrange várias comunidades circunvizinhas.

A cada semana é produzido uma quantidade considerável de lixo, esse tido como hospitalar como consta na foto. Funciona um consultório odontológico, com extrações e obturações de dentes, e o material descartável produzido por esse consultório grande parte é queimado a céu aberto, bem ao fundo do prédio, local que funciona o PSF. Funciona também vários tipos de exames em outro consultório.

Queimar esse material gera uma grande poluição ambiental, resíduos tóxicos são lançados no ar, logo se espalhando pela atmosfera, o que gera o efeito estufa no planeta. Mais o pior de tudo é que além da grande problemática ambiental, une-se a problemática da saúde humana. Bem por trás do prédio, moram várias famílias, com crianças e idosos que inalam a fumaça produzidas pelas queimadas dos produtos químicos.

É obrigação do poder executivo do município a responsabilidade desse lixo, mas é notável que ainda exista uma real situação critica nessa área.

Segundo fui informado, e como também já fiz essa queixa à secretaria adjunta da Prefeita Dr Itala que esteve presente no local, é de conhecimento dos gestores públicos essa situação. A comunidade aguarda respostas urgentes para contornar o sofrimento das famílias prejudicadas.

Conhecendo a capacidade do secretário de Saúde Ivanildo Lima e da Dr Itala, gostaria de sugerir mais atenção a essa situação que pode se converter em um problema grave de saúde.

Em conversas com a secretaria adjunta, fui informado que sempre é conduzido com as equipes de PSF, uma caixa que é destinada a depósitos de objetos hospitalares.

Mais posso afirmar que isso, em parte, não acontece na comunidade de Bamburral. Volto a afirmar que em “partes”, como consta nas fotos, está sendo queimadas num lixão que se forma por trás do prédio, dentro do muro.

O Blog está à disposição da Secretaria de Saúde para qualquer pronunciamento.

Jerlandio Moreira

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